Monthly Archives: October 2010

What did you do?

Vi no The Pompeia Times.

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Quayola

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Selvagens

Detetives selvagens (2010)
Marina Rheingantz
Óleo sobre tela
80 x 60 cm

A exposição abre no dia 04/11 na galeria Fortes Vilaça.

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Happiness

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Sad blue eyes

Here he comes
The boy who tried to vanish to the future or past
Is no longer here with his sad blue eyes.

Here he comes
He floated away and as he rose above reason
He rose above the clouds, he was seven feet high.

Here he comes
The night is like a glove and he’s floating like a dove
That catches the wind in the deep blue sky.

Here he comes
The boy who tried to vanish to another time
Is no longer here with his sad blue eyes.
[Brian Eno]

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Dentes descabelados

Enigmas e entrechoques nas obras de Tunga

por Bruno Moreschi
publicado na revista piauí (10/10)
foto: Gilles Hutchinson

Na sua primeira exposição, em 1974, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Tunga exibiu aquarelas com pães velhos e pedaços de algodão. Dois anos depois, na galeria de Luisa Strina, em São Paulo, voltou ao algodão e aos pães, mas desta vez os transformou em objetos de cera. “Quem viu, não entendeu nada”, lembrou a galerista. “Não consegui vender nenhuma das peças.” Desde o início, a obra de Tunga não se ateve a um ou dois suportes. Ele fez fotografias, performances, instalações, desenhos e esculturas. Na década de 80, começou a fazer arte com moscas.

Penou para conseguir os insetos. Na primeira tentativa, contentou-se com fotos de moscas. Depois, conseguiu a ajuda de um entomologista. A parceria durou pouco porque o especialista não gostava de arte – ou, ao menos, daquela arte. Tunga botava as moscas em gaiolas com sinos repletos de gelatina. Atraídas pela glicose, elas ficavam presas na meleca.

[continua aqui]

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Pertinente

Banksy faz nova abertura para Os Simpsons. O vídeo pode ser visto aqui.

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Arte & pachorra

Pintar a Capela Sistina é coisa de principiante

por Bruno Moreschi

publicado na revista piauí (05/10)

Cadu não hesitou. Ao receber o convite para participar da 7a Bienal do Mercosul, pensou grande. Mais precisamente, imenso. O evento, que aconteceu em Porto Alegre entre outubro e novembro do ano passado, receberia o maior projeto que o artista plástico de 32 anos já concebera.

Assim foi. Os espectadores que encerravam a visita – maravilhados ou furiosos com a curadora Laura Lima, cujas convicções sobre o fato artístico autorizavam-na a despejar um caminhão de areia nos galpões da Bienal – iam para o estacionamento, ligavam o carro e partiam em plena meditação estética, sopesando os destinos da arte contemporânea. Mal sabiam que a arte continuava com eles, bem embaixo dos pneus. Estavam prestes a atropelar a obra de 70 metros matutada por Cadu.

Não estivessem eles tão absortos no encantamento ou na indignação com o que acabavam de ver, perceberiam que ao sair do estacionamento, logo ali no início da pista, teriam de se haver com 800 redutores de velocidade, daqueles que brilham no escuro e fazem o automóvel tremer. Os mais distraídos certamente encararam esse exagero de obstáculos como uma afronta ao balanceamento do carro. Entretanto, a ouvidos mais afinados com as estratégias da arte contemporânea, o efeito se impunha rápido – e sublime. Os 800 obstáculos produziam bem mais do que solavancos e tremeliques. A cada sete redutores vencidos, formava-se nos ares uma bela frase musical: Pã-pã-pã-pã-pã… Tã-tã!

Deu trabalho produzir Flat Sounds. Dois engenheiros de trânsito foram contratados pela Bienal para desenvolver um programa de computador que ajudasse Cadu a calcular a velocidade média de um veículo naquele trecho, e indicar a posição exata de cada obstáculo no asfalto. Os carros fizeram o resto. Não raro, estetas mais empolgados deram marcha à ré para fruir a obra uma segunda vez. Cadu, orgulhoso, expande seu sentimentos: “Foram seis meses de muito esforço. Tudo para uma obra que dura segundos!”

Ele começou a virar artista ao se inscrever num curso de artes do Parque Lage, escola do Rio Janeiro onde hoje é professor. Tinha então 14 anos. Desde cedo dispensou o “Carlos Eduardo” do prenome e mesmo o “Costa” do sobrenome. Quando assina uma obra, é Cadu e pronto. “O motivo é simples”, explica. “Eu sou apenas mais uma peça das minhas obras. Não gosto dessa coisa de artista cheio de ego que se acha essencial para o mundo.”

As invenções artísticas de Cadu são pouco convencionais e costumam custar caro para virem à luz. Foi em 2001 que ele começou a chamar a atenção da crítica, ao produzir desenhos com canetas esferográficas fixadas em carrinhos movidos a pilha. Em outra ocasião, contratou uma transportadora para despachar caixas de madeira da sua casa até o local onde elas seriam expostas. Dentro de cada caixa ia um sismógrafo com grafite. Cada solavanco da estrada virava um rabisco numa folha de papel. Ao chegar a seus diferentes destinos – museus e galerias de Paris, Londres e São Paulo -, a obra estava pronta: um desenho feito ao sabor do acaso.

Em outubro do ano passado, Cadu construiu uma máquina sonora e a expôs na galeria Vermelho, em São Paulo. Primeiro, reuniu todos os números premiados em dez anos de Mega-Sena, cerca de mil jogos ao todo. Então picotou os números vencedores e colou umas às outras as cartelas furadas, criando uma longa bobina que passou a ser lida por uma caixinha de música artesanal, à moda das antigas pianolas. A composição se chama Hino dos Vencedores.

Nada, porém, representou tanta dedicação à arte quanto a obra 12 Meses. A ideia veio da observação detalhada de contas de luz, as do próprio Cadu. Como Michelangelo olhando para o bloco de mármore, ele intuiu que ali havia mais do que o olho enxergava. E não era o David. Durante um ano, de abril de 2004 a abril de 2005, na maior surdina, Cadu controlou o consumo de energia elétrica de sua casa. Nem a namorada soube. Sua intenção era desenhar com os riscos do gráfico de consumo que vem nas contas. Cadu se propôs fazer um V – forma exatamente oposta à curva de seu próprio consumo médio ao longo de um ano, ele que não usa ar-condicionado no verão mas abusa do chuveiro elétrico durante o inverno.

Cadu pediu ajuda a um funcionário da Light, cuja incumbência era lhe dizer como andava o consumo no mês. Se estava baixo para os seus propósitos gráficos, ele voava para o chuveiro e deixava a água quente correr pelo tempo indicado por cálculos meticulosos. Se o consumo estava alto demais, a solução era banho gelado, cerveja quente e ventilador desligado. No fim das contas – literalmente, no caso -, a ponta do V tomou a forma de um vale, não de uma escarpa, mas isso não impediu que a obra fosse recebida com louvor em museus e galerias de São Paulo e do Rio e – misteriosos são os desígnios da arte – num centro cultural na cidade inglesa de Plymouth.

Agora, em pleno uso das luzes de sua casa, bem como das delícias da geladeira e do ventilador, Cadu vai dar adeus a tudo isso para elaborar sua obra mais radical. “Quero me isolar do mundo. Será por seis meses ou um ano, ainda não sei.” A inspiração vem do grande Henry Thoreau, poeta americano que, aos 28 anos de idade, construiu com as próprias mãos uma cabana em que residiu por exatos dois anos, dois meses e dois dias – segundo ele, “para sugar o tutano da vida”.

Cadu, ao longo de seu isolamento, também pretende sugar o que estiver à mão e produzir arte em abundância. Não tem noção de como construirá a cabana, mas sabe ao menos para onde se retirará: o matagal da chácara de um amigo em Friburgo, na serra fluminense. Ele explica: “Quero experimentar o tempo de outra forma” – ótima ideia cujos frutos não resultarão menos que excelentes. Torçamos apenas para que seja tolerante com a natureza e não sequestre o canto dos passarinhos para melhorar seus gorjeios.

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Paranóia ou mistificação?

por Monteiro Lobato

Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura, guardando os eternos ritmos da vida, e adotados para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. Quem trilha por esta senda, se tem gênio, é Praxíteles na Grécia, é Rafael na Itália, é Rembrandt na Holanda, é Rubens na Flandres, é Reynolds na Inglaterra, é Leubach na Alemanha, é Iorn na Suécia, é Rodin na França, é Zuloaga na Espanha. Se tem apenas talento, vai engrossar a plêiade de satélites que gravitam em torno daqueles sóis imorredouros. A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fins de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento.

Embora eles se dêem como novos precursores duma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranóia e com a mistificação. De há muito já que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios. A única diferença reside em que nos manicômios esta arte é sincera, produto ilógico de cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas, zabumbadas pela imprensa e absorvidas por americanos malucos, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo mistificação pura.

Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude. As medidas de proporção e equilíbrio, na forma ou na cor, decorrem do que chamamos sentir. Quando as sensações do mundo externo transformam-se em impressões cerebrais, nós “sentimos”; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em “pane” por virtude de alguma grave lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá “sentir” senão um gato, e é falsa a “interpretação” que do bichano fizer um “totó”, um escaravelho, um amontoado de cubos transparentes.

Estas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia. Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida para má direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes. Percebe-se de qualquer daqueles quadrinhos como a sua autora é independente, como é original, como é inventiva, em que alto grau possui um sem-número de qualidades inatas e adquiridas das mais fecundas para construir uma sólida individualidade artística. Entretanto, seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios dum impressionismo discutibilíssimo, e põe todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura.

Sejamos sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte caricatural. É a extensão da caricatura a regiões onde não havia até agora penetrado. Caricatura da cor, caricatura da forma – caricatura que não visa, como a primitiva, ressaltar uma idéia cômica, mas sim desnortear, aparvalhar o espectador. A fisionomia de quem sai de uma dessas exposições é das mais sugestivas. Nenhuma impressão de prazer, ou de beleza, denunciam as caras; em todas, porém, se lê o desapontamento de quem está incerto, duvidoso de si próprio e dos outros, incapaz de raciocinar, e muito desconfiado de que o mistificam habilmente. Outros, certos críticos sobretudo, aproveitam a vaza para épater les bourgeois.

Teorizam aquilo com grande dispêndio de palavrório técnico, descobrem nas telas intenções e subintenções inacessíveis ao vulgo, justificam-nas com a independência de interpretação do artista e concluem que o público é uma cavalgadura e eles, os entendidos, um pugilo genial de iniciados da Estética Oculta. No fundo, riem-se uns dos outros, o artista do crítico, o crítico do pintor, e o público de ambos.

Há de ter essa artista ouvido numerosos elogios à sua nova atitude estética. Há de irritar-lhe os ouvidos, como descortês impertinência, esta voz sincera que vem quebrar a harmonia de um coro de lisonjas. Entretanto, se refletir um bocado, verá que a lisonja mata e a sinceridade salva. O verdadeiro amigo de um artista não é aquele que o entontece de louvores e sim o que lhe dá uma opinião sincera, embora dura, e lhe traduz chãmente, sem reservas, o que todos pensam dele por detrás. Os homens têm o vezo de não tomar a sério as mulheres. Essa é a razão de lhes darem sempre amabilidades quando pedem opiniões. Tal cavalheirismo é falso, e sobre falso, nocivo. Quantos talentos de primeira água se não transviaram arrastados por maus caminhos pelo elogio incondicional e mentiroso? Se víssemos na Sra. Malfatti apenas “uma moça que pinta”, como há centenas por aí, sem denunciar centelha de talento, calar-nos-íamos, ou talvez lhe déssemos meia dúzia desses adjetivos “bombons”, que a crítica açucarada tem sempre à mão em se tratando de moças. Julgamo-la, porém, merecedora da alta homenagem que é tomar a sério o seu talento dando a respeito da sua arte uma opinião sinceríssima, e valiosa pelo fato de ser o reflexo da opinião do público sensato, dos críticos, dos amadores, dos artistas seus colegas e… dos seus apologistas.

Dos seus apologistas sim, porque também eles pensam deste modo… por trás.

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Gareth McQueen

Vi no ótimo blog My heart of glass. Camila aposta: “Gareth Pugh é londrino e talentoso como McQueen. Suas coleções são sempre a dicotomia entre claro e escuro. Acho que essa é a nova ovelha rosa da família.”

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